NOTÍCIAS DA PROVÍNCIA
Hoje, eu faço homenagem a um grande profissional, professor titular da
UFBA, responsável pela formação de
varias gerações de historiadores. João
José Reis, dispensa comentários sobre a sua produção, grande parte dela
publicada internacionalmente, é o Coordenador do grupo/linha de pesquisa Escravidão e Invenção da Liberdade, de
onde emergiram dezenas de mestres e doutores, sendo grande parte dessa produção
publicada. O seu Programa congrega os grandes nomes da historiografia baiana,
além da interrelação com os grandes programas e cientistas nacionais e
internacionais. Aqui, falo de outra grande contribuição de João Reis, a sua
condição de editor da revista Afro-Ásia,
do Centro de Estudos Afro-Orientais, a mais antiga da América Latina,
criada em 1965, a se dedicar a assuntos africanos, afro-diaspóricos e
asiáticos. A partir de 1995, assumiu a edição da revista, publicando autores
locais e nacionais, e atraindo o que de melhor existia no campo internacional. Tornou-a
– adicionando ao já feito – uma revista indispensável a todos que se interessam
pela temática. Na sua viagem à Alemanha, em Berlim, passou trabalhando sobre a
Afro-Ásia, em conjunto com Carlos da Silva Jr.
Aí , explorou um dos âmbitos da Afro-Ásia, pois embora já não seja seu
editor geral, continua assessorando a sua publicação e tratando das resenhas. Vamos
ao realizado.
Atlântico de Dor. Faces do
Tráfico de Escravos ( Cruz das Almas: EDUFRB; Belo Horizonte: Fino Traço,
2016 ), é uma coletânea organizada por João José Reis e Carlos da Silva Jr.,
com a trabalhosa revisão dos textos, numa parceria do Núcleo de Estudos
Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Recôncavo com a Fino Traço Editora.
Os textos reunidos foram publicados na revista Afro-Ásia, até 2015, quando
alcançou 50 números. Os organizadores, escreveram uma consistente introdução,
denominada Decompondo o Tráfico, dividindo a obra em seis partes: 1. O
Atlântico escravista: açúcar, escravos e engenhos; 2. O tráfico proibido; 3.
Dilemas do africano livre; 4. Tráfico interno; 5. África do tráfico; 6.
Diásporas daqui e de lá.
Apenas para situar, ali estão
Joseph Miller, Ubiratan Castro de Araújo, Beatriz Mamigonian, Richard Graham,
Erivaldo Neves, José Curto, Maria Inês Côrtes de Oliveira, Renato da Silveira,
Dale Graden, Michael Turner, Robin Law e
tantos outros, com a mesma qualidade e importância dos citados. Enfim, aparecem
nas mais de 700 páginas, o que de melhor foi realizado sobre o tema nas últimas
décadas.